Dicas Médicas

sábado, outubro 29, 2005

Produzindo, tuberculose


Pessoal, sempre produzam, estou publicando o mais novo trabalho que saírá no próximo volume da revista Boletim Epidemiológico, que é uma revista de epidemiologia nacional. O trabalho foi fruto de solicitação da faculdade e levamos a sério e publicamos, a idéia foi originalmente minha e o trabalho foi feito por mim e minhas colegas: Elisa , Ana e Perla. Enfim,produzam que vale a pena!
RESUMO

A tuberculose é considerada atualmente doença emergente acometendo grande número de pessoas no mundo. No Brasil, apesar dos esforços do Ministério da Saúde para seu controle, persiste como grave problema de saúde pública. Através de estudo retrospectivo de dados da ficha de notificação arquivada na Secretaria Municipal de Saúde, analisou-se a epidemiologia dos casos de tuberculose notificados no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2003, pelo município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, buscando caracterizar variáveis epidemiológicas relevantes ao comportamento da patologia. No período estudado não houve aumento significativo do número de casos de TB, sendo notificados em média 291 casos por ano perfazendo um total de 1.455 casos. Houve predomínio da faixa etária entre 20 a 49 anos (60%), do sexo masculino (64%) e da forma pulmonar (71%). A baciloscopia de escarro foi positiva em 43% dos casos, o percentual de co-infecção com HIV, 28% e somente 16% tiveram o tratamento sob regime supervisionado. Na análise dos dados concluiu-se que a detecção dos casos de tuberculose (87%) esteve próxima aos objetivos do Ministério da Saúde (90%). Entretanto, o percentual de cura (75%) e 9% de abandono do tratamento não alcançam os objetivos do Programa Nacional de Controle da Tuberculose.

Palavras chave: tuberculose; epidemiologia; Campo Grande.
PS; Quem tiver interesse entre em contato comigo pra receber o trabalho na íntegra

terça-feira, outubro 18, 2005

Rejuvenescimento facial a laser


A Medicina têm evoluído em todas as áreas, meu interesse mais recente foi pela Medicina Estética. Fascinante! Afinal, quem não quer ficar mais bonito ou pelo menos conservar-se e ainda livrar-se de certas pendências. Nessa matéria me limitarei ao tratamento de rejuvenescimento pelo laser.

O processo de envelhecimento dá seus sinais a partir dos 30 anos e é mais evidente em áreas expostas ao sol, a exposição a este é o principal fator para o envelhecimento, também contribuem para este práticas tais como tabagismo, ausência de sono adequado, alimentação não balanceada pela falta de ingesta de vitaminas anti-oxidantes que protegem a pele do processo de envelhecimento, raça branca pela diminuição constitucional de melanócitos tornando a pele mais exposta aos fatores agressores.

A face, o colo e o pescoço são as áreas mais atingidas. O envelhecimento ocorre porque diminui a quantidade de fibras elásticas e colágeno, responsáveis pelo vigor da pele, que é dividida em epiderme (camada superficial), derme (intermediária) e hipoderme (a mais profunda). Quando se fala em rejuvenescimento a laser, devemos explicar que o laser é um aparelho que utiliza a ação da luz. O laser trabalha com o princípio da fotodermólise, ou seja, o feixe luminoso produz calor, que vai produzir o efeito desejável. O calor também é fonte de produção de colágeno e das fibras elásticas.

A aplicação do laser deve ser feita por profissionais capacitados: dermatologistas, médicos estetas (nome do médico que fez especialização em Medicina Estética) pois não é isenta de complicações tais como: cicatrizes, quelóides, distúrbios pigmentares e infecções no pós-operatório. Permanece uma crosta preta em torno de 15 dias e vermelhidão por causa do aumento da circulação na região.

A sensação do paciente é de choques de milisegundos aplicados na pele. Deve ser feito um tratamento de manutenção a cada 6 meses para o laser não-ablativo(mais utilizado). O número de aplicações iniciais depende do resultado obtido e de cada pele, o custo aproximado é de 800 reais por sessão.

Dicas (por Aloízio Faria de Souza**)
· Todo rejuvenescimento facial pode ser complementado com preenchimento com fios russos, Toxina Botulímica (Botox) e implante, para um efeito mais harmonioso. No tratamento com laser não-ablativo deve-se fazer uma manutenção a cada seis meses. Depois que o relógio biológico começa a “bater”, os cuidados com a pele devem ser redobrados, pois o envelhecimento é um processo contínuo. –
· O principal fator de envelhecimento cutâneo é o sol. Não existe uma idade específica para se tomar cuidados. O uso do filtro solar é indispensável desde a infância, porque os efeitos nocivos do sol são cumulativos. Após o tratamento a laser, o protetor precisa ser usado diariamente.

** Aloizio Faria de Souza é presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Estética, coordenador Geral do Curso de Formação Continuada em Medicina Estética da "Union Internationale de Medecine Esthetique", (UIME), em São Paulo. Coordenador Geral do Curso de pós-graduação em Medicina Estética da Escola de Medicina Souza Marques, no Rio.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Glaucoma crônico e hipertensão intra-ocular



O glaucoma crônico simples ou de ângulo aberto é definido como uma doença ocular que pode causar lesão do nervo óptico e perda do campo visual ou ambos por morte de células ganglionares (células cujos corpos celulares se encontram na camada mais interna da retina e axônios se projetam pelo nervo óptico). Tais alterações estão associadas ao aumento da pressão intra-ocular, que é um fator adicional à lesão, mas podem ocorrer com pressão intra-ocular normal. É a segunda principal causa de cegueira no mundo, mas não há estatísticas de sua incidência no Brasil.

Dados importantes que sugerem o diagnóstico:

  • História familiar
  • Aumento da pressão intra-ocular (PIO), o manejo e diminuição desta é o único método eficaz de tratamento.
  • Início insidioso em idosos (>65anos)
  • Sem sintomas inicialmente
  • Perda da visão periférica ocorre em anos
  • Aumento da PIO pode levar a uma escavação papilar, diagnosticado à fundoscopia

Há um componente genético que contribui para o desenvolvimento da doença, a maioria dos casos ocorrem em indivíduos da raça negra e de pouca idade. Não foi demonstrada claramente a causa da diminuição da velocidade da saída do humor aquoso, (essa é a fisiopatogenia básica nos casos que cursam com aumento da PIO) mas sabe-se que há um aumento da quantidade deste e conseqüentemente aumento da PIO comprimindo e lesando as células nervosas da retina. Embora o campo visual se estreite, a visão pode permanecer até o final da doença.

Testes diagnósticos

  • Tonometria (valor normal: 10-25 mmHg)
  • Ofltalmoscopia
  • Testes de campo visual


Prevenção

Indivíduos com mais de 40 anos, com história familiar de glaucoma e negros devem fazer tonometria e oftalmoscopia a cada 3-5 anos.

Prognóstico

A doença iniciada entre 40-45 anos sem tratamento evolui para cegueira completa em média em 20 anos. O diagnóstico e tratamento precoces poderão preservar a visão durante toda a vida na maioria dos casos.

Tratamento

  • Clínico
    Classes Farmacológicas: Beta-bloqueadores (timolol), agonistas adrenérgicos, colinérgicos, pilocarpina, inibidores da anidrase carbônica, acetazolamida (diminui a produção de humor aquoso)
  • Cirúrgico
    Trabeculectomia ( indicada na falha do tratamento clínico)

OBS:Os casos de glaucoma agudo (entidade difeferente da apresentada) cursam com elevação rápida da PIO e constituem uma emergência médica, os sintomas são: dor ocular intensa, visão turva, olho vermelho e pupila dilatada.

domingo, outubro 02, 2005

Cólica menstrual

A dismenorréia, mais conhecida popularmente como cólica menstrual, é uma patologia extremamente freqüente, presente em até 72% das mulheres com 19 anos. É definida como dor pélvica pré-menstrual com ou sem sinais sistêmicos (náusea, vômitos, diarréia, cansaço, cefaléia ou até episódios de síncope-desmaio).
Incide mais freqüentemente 1 a 2 anos após a menarca (primeira menstruação) por conta dos ciclos anovulatórios. Ela pode ser classificada em primária e secundária. A primeira ocorre quando não existe outra patologia subjacente e as teorias que procuram explicar a gênese desta são de que haveria por motivos desconhecidos uma vasoconstricção mais acentuada causando isquemia (diminuição do fluxo sangüíneo a um órgão) e dor nas predispostas. Outra teoria seria a contração muscular uterina de forma desorganizada causando dor e finalmente, há evidências de níveis mais altos de prostaglandina sérica nessas pacientes.
A dimenorréia dita secundária ocorre devido a inúmeros fatores tais como: sinéquias ou aderências uterinas , doença inflamatória pélvica, cistos foliculares ovarianos e endometriose. Por isso diante de um quadro de dismenorréia devemos investigar causas subjacentes.
O tratamento da dismenorréia primária é feito com uso de anticoncepcionais orais e antiinflamatórios não hormonais (representante mais comumente usado: diclofenaco). Os melhores demonstrados por ensaios clínicos foram: 1.naproxeno, 2. ibuprofeno e 3.ácido mefenâmico nessa ordem de importância. Quanto às outras causas existe tratamento específico, seja clínico ou cirúrgico.
Obs: não confundir esse tema com a TPM. Esta é constituida por sintomas de irritabilidade e outros antes da menstruação e que desaparecem com ela, a dismenorréia é somente a dor durante a menstruação.